sábado, 16 de novembro de 2013

O Gorgulho (e a solução Abeliana)

Depois das manifestações de orgulho nos posts anteriores, debruço-me (devagar e com cautelas, que isto já não verga como antigamente) sobre aquele que, segundo o Abel Xavier, é o seu primo gay afastado, o gorgulho. Antes de avançar...

[pausa que se levanta um burburinho]

Diga, sr. burburinho? Não percebi... Se me debruço sobre o primo gay afastado? Não, não! Ora bolas! Não é nada disso, pá!... Se afasto esse primo gay debruçado? Irra! Também não, caralho! Se já não vergo o quê...? Foda-se, que é burrinho!

[respiro fundo e solto o nó da gravata... espera... não tenho gravata... respiro só fundo...]

A ver se nos entendemos: Vim aqui hoje falar sobre o gorgulho, sujeito que, diz o Abel Xavier, é o primo do orgulho que pega de empurrão. Percebido? Não? O porquê do Abel Xavier vir à baila numa conversa sobre o gorgulho? Porque é o único tipo que consegue estabelecer uma relação entre orgulho e gorgulho. Eu nunca o conseguiria fazer sozinho.
Porque é que o Abel afirma uma coisa dessas? Bem, porque em abelxavierês:

Gorgulho
substantivo sem género definido
resulta da junção de "g" e "orgulho" ---> g-orgulho ---> o mesmo que orgulho gay

Bom, ainda que possa parecer pertinente, a interpretação abelxavierana da palavra deixa-me de pé atrás. Por muita simpatia que tenha pelo etimólogo (e tenho mesmo), permito-me desconfiar sempre de alguém que julga serem as fossas nasais os locais para onde vão os detritos da NASA. Investiguei um pouco e, aos menos informados, posso afirmar convicto que o gorgulho é aquele pequenote da foto mais acima. Pouco maior que um Simão, consta ser da ordem das cleópatras, ou lá o que é. Li nalgum lado (numa enciclopédia, ou na porta de um WC público, não me lembro bem agora) que esta ordem conquistou o seu nome devido às semelhanças entre o nariz dos seus membros e o da ilustre faraoa. Apesar desta curiosa curiosidade, não é a peculiaridade do orgão olfactivo que torna esta espécie digna de nota. Aquilo que define estes seres é o facto de serem parasitas temíveis, debulhadores imparáveis, ceifeiros implacáveis, em suma, os Genghis Khan das culturas mais viçosas.

E porque resolvi então vir falar do gorgulho? Porque para mim, neste momento, este significa a antítese do nosso orgulho. Porque se as produções de Alcochete se mostram exuberantes, não tarda que bandos destes parasitas as queiram dizimar. Porque a imagem destes lambuzentos arrasadores de colheitas se assemelha ao que se vem passando há muito no nosso futebol e que foi resumido nos acontecimentos da última semana - o Sporting mostra viço e de todo o lado irrompe a praga.
Brotam o gorgulho-do-apito, cujas vestes fúnebres parecem anunciar os seus propósitos;
O gorgulho-APAFiano, espécie de gorgulho-soldado que defende o gorgulho-do-apito. Só se manifesta perante o desespero do produtor;
O gorgulho-jornalístico e o gorgulho-opinador, espécies manhosas, capazes de branquear as investidas dos gorgulhos-do-apito, dando a impressão que o culpado pela perda foi o produtor que não cuidou bem da seara (isto terá ocorrido sim, mas à Judite de Sousa). Muitas vezes utilizam a tática da mentira repetida à exaustão até que esta passe a ser verdade. Ainda esta semana zumbia um deles que a cultura de calimero não desaparece facilmente. Ora, como bem se sabe, o que não desaparece facilmente é o cheiro a tabaco e a scotch que fedem da carapaça deste curculionídeo. Isso e o odor a putas que caracteriza o gorgulho-azul;
Por falar nisso, e last but not least, o gorgulho-azul e o gorgulho-vermelho, que mantém uma relação simbiótica com os anteriores, beneficiando da destruição provocada por eles em troca de oferendas.

E o que mais aflige nesta história é que, até à data, não surgiram pesticidas capazes de combater eficazmente esta horda e tornar claro todo este negrume. Hmmmmm... ocorre-me agora... E se os pulverizássemos com o mesmo produto que o Abel utiliza no seu cabelo?

1 comentário:

camisola 12 disse...

AHAHAHAH! Muito bom!